Neste post falaremos dos
helmintos que parasitam aves de produção, sendo os principais listados na
tabela a baixo.
Nematoda
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Capillaria
contorta, Capillaria caudinflata, Capillaria collaris, Capillaria comlumbae, Capillaria
retusa, Capillaria obsignata, Strongyloides oswaldoi, Syngamus traquea,
Trichostrongylus tenuis, Heteraki gallinarum, Ascaridia columbae, Ascaridia
galli, Ascaridia lineata, Subulura differens, Subulura strongylina, Subulura
brumpti, Gongylonema freitasi, Gongylonema ingluvicola, Oxyspirura mansoni,
Physaloptera truncata, Acuaria hamulosa, Acuaria spiralis, Tetrameres
americana, Tetrameres confusus, Tetrameres fissipinus e Aprocta caudata.
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Cestoda
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Davainea
proglottina, Raillietina cesticillus, Raillietina echinobothrida, Raillietina
laticanalis, Railletina tetrágona, Amoebotaenia cuneata, Choanotaenia
infundibulum, Metroliasthes lucida, Hymenolepis carioca e Hymenolepis
cantaniana.
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Trematoda
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Echinostoma
revolutum, Episthmium oscari, Prosthogonimus cuneatus, Postharmostomum
cummutatum, Tanaisia bragai e Zygocotyle luneta.
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Os anti-helmintos usados para
aves de produção são divididos pelo seu grupo químico:
·
Higromicina
B: é usada
contra A.galli, H.gallinarum e Capillaria obsignata para frangos de corte e
matrizes. É recomendado o uso continuo, na dose de 13,2 mg/Kg da ração.
·
Organofosforado: tem como mecanismo de ação a
inibição da enzima acetilcolinesterase, levando um aumento na transmissão do
estimulo nervoso nas sinapses nervosas colinérgicas dos parasitas, o que leva a
paralisia espástica do parasita e assim ocorre sua expulsão. São administrados
por via oral, eles são inativados pela porção alcalina do intestino delgado,
por isso, não atuam em parasitas que se localizam no intestino grosso. Sua
margem de segurança é menor que dos demais anti-helmínticos, por ser
rapidamente inativados no fígado. Os organofosforados mais utilizados são o
triclorfon, o diclorvós, o coumafós e o haloxon.
§
Coumafós é eficaz contra parasitas do
gênero Capillaria em codornas,
frangas de reposição de matrizes e em poedeiras, com a dose de 30 a 40 ppm na
ração por 10 a 14 dias.
§
Haloxon apresenta uma ação
anti-helmíntica restrita, porém com doses de 25 a 50 mg/Kg ou 750 ppm na ração
por 5 a 7 dias é eficaz contra parasitas do gênero Capillaria em galinhas.
·
Benzimidazóis: tem como mecanismo de ação a
inibição da enzima fumarato redutase das mitocôndrias e o transporte da glicose
do parasita, bloqueando a sua geração de energia. Por causa do seu modo de ação
o tempo de contato entre os produtos e o parasitas devem ser o maior possível,
pois esses só são eliminados quando suas reservas energéticas acabam, assim os
Benzimidazóis menos solúveis os mais potentes. Esses produtos apresentam amplo
espectro de ação, pois atuam em helmintos adultos, imaturos e ovos. Apresentam
baixos níveis de toxicidade, com grande margem de segurança e sem efeitos
colaterais. Os benzimidazóis mais utilizados são: tiabendazol, cambendazol,
mebendazol, oxibendazol, albendazol, fembendazol, oxfendazol e flubendazol.
§
Tiabendazol é usado na dose de 75 mg/Kg
contra nematódeos em galinhas.
§
Cambendazol é usado em três administrações
consecutivas na dose de 50 mg/Kg contra nematódeos em galinhas e na dose de 20
mg/Kg contra nematódeos em perus.
§
Mebendazol pode ser usado no tratamento de
nematódeos, espécies de Capillaria e
cestódeo. Para galinhas as doses recomendadas são de 30 a 60 ppm na ração por 5
dias ou 120 ppm (120mg/L) na água por 3dias. Para pombos e perus a dose
recomendada é de 30 ppm na ração por 10 dias. O mebendazol também pode ser
usado na dose de 10mg/Kg por três dias no tratamento de infestações por
nematódeos em galinhas.
§
Oxibendazol é usado na dose de 10 a 12
ppm na ração por no mínimo 8 semanas para o controle de infestações por
nematódeos em aves.
§
Albendazol
esse produto
pode ser desaconselhável para galinhas matrizes em fase de produção, pois tem
efeitos teratogênicos.
§
Fembendazol
é usado na dose
de 48 ppm por 6 dias ou 79,2 ppm por 3 dias, na ração, para o controle de
infestações por formas adultas ou imaturas de nematódeos. A medicação deve ser
retirada da ração do frango de corte 15 dias antes do abate e ovos de poedeiras
em tratamento não devem ser consumidos.
§
Oxfendazol
apresenta amplo
espectro contra nematódeos e alguns cestódeos, é usado na dose de 10mg/Kg
contra formas imaturas de cestódeos e de 7,5 mg/Kg contra formas adultas de
cestódeos também.
§
Flubendazol pode ser usado no tratamento de
nematódeos, espécies de Capillaria e
cestódeo. É usado na dose de 15 a 25 ppm na ração em dose única e a medicação
deve ser suspensa 15 dias antes do abate.
·
Pró-benzimidazóis: são biotransformados em
benzimidazóis no hospedeiro, portanto apresentam os mesmos mecanismos de ação e
graus de toxicidade. Com exemplo temos tiofonato e febantel.
·
Imidotiazóis: tem como mecanismo de ação a
estimulação da transmissão nervosa da sinapse colinérgica, atuando como um
agonista em receptores de acetilcolina, isso leva a paralisia espástica do
parasita, então ele é expelido. Pelo seu mecanismo de ação diferente, ele pode
ser usado contra nematódeos resistentes aos benzimidazóis. Como exemplos desse
grupo se têm: tetramisol e levamisol.
§
Levamisol é usado no tratamento de
infecções por espécies de Capillaria,
Ascaridia e Heterakis em galinhas domésticas. Apresenta uma margem de
segurança menor que os benzimidazóis. E é recomendada a dose de 40 mg/ Kg
contra Capillaria, Ascaridia e Heterakis em
aves.
·
Tetraidropirimidinas: Possuem o mesmo mecanismo de ação
que o levamisol, estimula a transmissão nervosa da sinapse colinérgica, atuando
como um agonista em receptores de acetilcolina em nematódeos, o que leva a
paralisia espástica do parasita, então sendo expelido. Apresentam maior
eficácia contra nematódeos gastrintestinais adultos e imaturos, localizados no
lúmen ou na mucosa do intestino, são menos eficazes contra parasitas que se
localizam no interior da mucosa. Como exemplos desse grupo se têm: pirantel e
morantel.
·
Salicilanidas: Tem como mecanismo de ação a
inibição da fosforilação oxidativa do parasita, o que bloqueia a sua geração de
ATP. Apresenta mais toxicidade em relação ao benzimidazóis, em altas doses pode
causar cegueira, taquipnéia, hipertermia, convulsões, taquicardia e morte.
Animais estressados, com qualidade baixa de nutrição e alta carga parasitaria,
são mais suscetíveis aos efeitos colaterais. Fazem parte desse grupo:
rafoxanida, a oxiclozanida, o closantel e a niclosamida.
·
Substitutos
fenólicos: Como
as salicilanidas inibem a fosforilação oxidativa, isso leva a uma deficiência
de energia do parasita e à sua morte.
§
Diclorofeno é comercializados como Difentano
70, usado na dose de 200 a 300 mg/Kg na ração em aves.
·
Lactonas
Macrocíclicas: Apresenta
amplo espectro, tem ação contra endo e ectoparasita, principalmente contra
nematódeos e artrópodes. Fazem parte desse grupo: ivermectina, abamectina,
doramectina, eprinomectina e moxidectina.
§
Ivermectina usado contra nematódeos adultos
e larvais, porem não é eficaz contra cestódeos e trematódeos. Como mecanismo de
ação tem a estimulação do efeito inibitório do GABA, o que leva a uma paralisia
flácida do parasita. A dose recomendada para galinhas é 200 µg/Kg de peso vivo. Altas doses
causa diarreia, redução de ganho de peso, de produção de ovos e de consumo de
água e ração.
·
Piperazina
e Dietilcarbamazina:
Tem como mecanismo de ação o bloqueio da transmissão neuromuscular por
hiperpolarização, o que leva a paralisia flácida, também compromete o
metabolismo de energia, bloqueando a produção de succianato no ciclo de Krebs.
É eficaz contra nematódeos da ordem Ascaridida e não tem efeito contra espécies
de Capillaria. A piperazina na dose
de 200 mg/Kg é eficaz contra A.galli
em galinhas.
·
Praziquantel: É um anti-helmíntico especifico
contra cestódeos e alguns trematódeos. Tem como mecanismo de ação o
comprometimento das ventosas e alteração da permeabilidade do tegumento do
parasita, o que leva a perda de nutrientes e a desintegração do tegumento,
causando a paralisia espástica do parasita. A dose recomendada para aves é de 5
a 6 mg/Kg na ração ou na água. Necessário a suspensão do tratamento 5 dias
antes do abate.
·
Bunamidina: É especifico contra cestódeos,
faz com que o parasita seja digerido no intestino do hospedeiro. É mais eficaz
quando oferecido a animais em jejum.
·
Ciclodepsipeptídeo: Tem grande atividade contra A.galli em galinhas domésticas, porem é
necessário mais estudos sobre esse produto.
·
Fitoterápicos: São extratos de algumas plantas
que tem apresentado atividades anti-helmínticas, porem seus princípios ativos
não tenham sido determinados.
Nem todos os fármacos discutidos
estão disponíveis no mercado brasileiro, os anti-helmínticos disponíveis no
mercado brasileiro para aves estão listados na tabela a seguir:
Referências:
Palermo-Neto, J.; Spinosa, H.S.;
Górniak, S.L. Farmacologia aplicada à Avicultura. Boas práticas no manejo de
medicamentos. São Paulo, Roca, 2005. 366p.